Além das motivações e capacidades internas das empresas, a realização de um IPO (Oferta Pública Inicial) é muito sensível à cenários externos. Fatores como inflação, taxa de juros elevada ou incertezas e volatilidade do mercado tem forte interferência nas janelas de IPOs, dificultando aberturas.
No contexto brasileiro, após um período movimentado com mais de 70 transações entre 2020 e 2021, ainda não houve nenhuma nova oferta em 2022 devido ao cenário de desestabilização no mercado de capitais no ano. Tal situação foi gerada a partir das incertezas globais decorrentes da retomada pós pandemia e a Guerra da Ucrânia, somadas a elevação da taxa de juros no país e a polarização política em ano eleitoral. Consequência disso é que, durante o ano, 27 empresas já desistiram ou adiaram suas ofertas.
Entretanto, o controle da inflação no país e expectativa de queda da taxa de juros a partir do segundo semestre são indicativos de retomada econômica e proporcionam melhor visibilidade futura. Estas são condições necessárias para abertura de janelas de IPO, mas ainda restam incertezas quanto a consolidação desse cenário. Assim, caso a janela reabra em 2023, expectativa é de ofertas maiores em empresas de setores tradicionais, visando investidores maiores e estrangeiros.

