A aquisição do Twitter por Elon Musk começou em abril e foi concluída apenas em outubro de 2022. Nesse período, a companhia e o empresário travaram uma série de disputas: de forma silenciosa, Musk se tornou o maior acionista da empresa; em seguida, anunciou a aquisição total; desistiu; foi processado; e, por fim, voltou atrás em sua desistência e concluiu a transação. Processos como este, caracterizados pela tentativa de aquisição forçada de controle de uma empresa de capital aberto, são chamados de transação hostil ou hostile takeover.
Em aquisições hostis, normalmente, a diretoria e/ou o Conselho de Administração da companhia-alvo não têm interesse na venda de controle da empresa, e o comprador passa a buscar outras formas de concluir a transação em detrimento de uma aquisição amigável.
Entre as táticas mais usadas, a tender offer é uma proposta pública pela aquisição da empresa com prêmio sobre o preço das ações, entregue aos acionistas com prazo de validade definido. Quando uma oferta pública é feita, acionistas minoritários que, embora não tenham direito de decisão, passam a pressionar e influenciar a Administração a aceitar ou rejeitar a proposta.
Apesar disso, em tentativas de hostile takeover, as companhias-alvo podem usar de mecanismos de defesa conhecidos. No processo entre o Twitter e Elon Musk, a companhia, visando evitar a aquisição de uma parcela superior a 15% pelo empresário, ativou uma poison pill, que daria aos demais acionistas o direito de adquirir ações adicionais com desconto em relação ao preço de mercado, diluindo a participação de Musk.