O segmento de dívida corporativa distribuída no mercado de capitais esteve associado a grandes empresas e companhias de capital aberto.
Apesar das emissões de grande porte ainda serem o segmento mais representativo das emissões de debêntures (um instrumento recorrente de dívida distribuída a mercado), representando quase 80% do total de emissões em 2021, as emissões de até R$ 200 MM vem aumentando gradativamente em questão de quantidade. É possível perceber espaço no mercado para emissores que objetivam captações de volumes menores.
Este movimento caminha em linha com alterações regulatórias, como a criação de lei específica para as ofertas a mercado de Notas Comerciais, que reforçaram o potencial do Middle Market nesta modalidade de captação financeira.
Em 2021, a publicação da Lei 14.195, que dispõe sobre a Nota Comercial, trouxe normas mais flexíveis de amortização e pagamento de juros para companhias limitadas, que antes acessavam o mercado seguindo as diretrizes de Notas Promissórias.
Essa mudança levou à criação de um mercado de R$ 14 BI no acumulado do ano de 2022 (janeiro a julho), com 22 empresas realizando seu primeiro acesso ao mercado de capitais através deste instrumento financeiro, ou seja, empresas que não haviam emitido debêntures e/ou notas promissórias anteriormente.
O movimento de emissões com menores volumes tende a aumentar cada vez mais nos próximos anos com a necessidade exponencial de investimentos e suporte do processo pelos reguladores de mercado.

