O atual momento macroeconômico mundial, de altas inflações e taxas de juros, provocou um cenário generalizado de descontos em ações de companhias negociadas em bolsa. Até o final de julho de 2022, os índices NASDAQ e STOXX Europe 600, focados em de ações de tecnologia nos EUA e Europa, reportaram quedas de 21,7% e 10,3% no ano respectivamente.
Este cenário de descontos impulsionou a realização de uma série de operações take-private, principalmente por parte dos fundos de private equity. Take-private é a nomenclatura utilizada quando um agente privado, como um fundo, realiza a compra de uma empresa listada na bolsa de valores, e por consequência tem suas ações retiradas da bolsa e se torna uma entidade privada.
O ano de 2022 têm sido um ano recorde para estas operações. Somente no primeiro semestre o volume financeiro de operações de take-private realizadas por fundos de PE ao redor do mundo atingiu US$ 226,5 Bi, que representa um crescimento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Europa, as transações de “desalistamento” nas bolsas envolvendo fundos de de private equity atingiram valor de US$ 78 Bi, o que é praticamente o dobro do volume para o mesmo período no ano passado.
Fundos de private equity atingiram o recorde histórico de captação em 2021, volume total de US$ 733 Bi. Com os caixas cheios, encontraram boas oportunidades de compra nos mercados públicos, especialmente envolvendo empresas de tecnologia que receberam grandes descontos nos valuations.


