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Perspectiva de redução de juros adiciona ‘bons ventos’ ao Ibovespa

No mês, o índice da bolsa brasileira subiu 3%, impulsionado pelas empresas do setor imobiliário e por algumas petroleiras

Por Luana Zanobia Atualizado em 1 ago 2023, 17h20 - Publicado em 1 ago 2023, 12h25

O Ibovespa continua com um movimento ascendente que se iniciou em maio e foi confirmado novamente em julho. Durante este mês, o índice da bolsa brasileira subiu 3%, acompanhando a melhoria nos indicadores econômicos, particularmente a deflação registrada no IPCA e IPCA-15, assim como a percepção de melhora fiscal com o novo arcabouço e avanço das reformas.

A expectativa de redução na taxa básica de juros, a Selic, impulsionou os resultados do mercado em julho. O mercado financeiro já espera unanimemente que os cortes de juros comecem nesta semana, durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Contudo, o que permanece incerto é a dimensão dessa redução, se será de 0,25 ou 0,50.

Se essa redução se concretizar, é provável que os efeitos positivos permaneçam ao longo do ano na bolsa. Isso porque com o juro mais baixo, o financiamento fica mais acessível e reduz a alavancagem financeira. Além disso, com o custo do dinheiro mais baixo, as empresas podem apresentar margens de lucro maiores, podendo, assim, distribuir dividendos mais altos para seus acionistas.

No mês de julho, as incorporadoras imobiliárias, tais como MRV, Cyrella e Eztec, foram os destaques positivos da bolsa, resultando em uma valorização expressiva de 20,14%, 18% e 17,97%, respectivamente. Esse desempenho está diretamente relacionado à expectativa de redução nas taxas de juros. Quando as taxas de juros estão altas, o acesso ao crédito fica mais restrito, levando potenciais compradores a adiarem ou desistirem de investir em propriedades. Entretanto, a perspectiva de redução nos juros indica uma possível revitalização do mercado imobiliário, o que beneficiaria todas as incorporadoras. Essa melhoria nas condições de crédito pode impulsionar o setor como um todo, melhorando as perspectivas de crescimento e rentabilidade para empresas sensíveis a mudanças nas condições de financiamento. Ivan Barboza, sócio-gestor do Ártica Asset Management, destaca que essa expectativa de cenário mais favorável reforça a visão otimista sobre o setor e suas potenciais oportunidades de investimento no mercado imobiliário.

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Empresas de petróleo, como Petrorio e 3R Petroleum, também se destacaram entre as maiores altas da bolsa brasileira. Isso se deve ao fato de o preço do barril de petróleo ter subido no mercado internacional durante esse período. “Na referência Brent, o aumento foi de aproximadamente 14% e empresas em crescimento tendem a ver o preço de suas ações aumentar em relação ao preço das commodities”, avalia Mateus Haag, analista da Guide Investimentos. A Petrobras, por sua vez, teve um desempenho modesto, mas inicia o mês com perspectivas positivas devido à mudança na política de dividendos.

Por outro lado, as empresas de transporte aéreo (Gol e Azul), de serviços de locação (Locaweb) e de turismo (CVC) foram os destaques negativos do mês. No setor aéreo, o resultado reflete o aumento da curva de juros e uma demanda por voos abaixo do esperado. “Companhias aéreas são extremamente sensíveis a mudanças na curva de juros e tendem a sofrer queda à medida que os juros sobem”, afirma Haag. Além disso, a demanda segue desaquecida. A Gol revisou para baixo a demanda por voos, que segue mais fraca do que o inicialmente projetado para o ano.  Já as empresas de turismo e de locação, como CVC e Locaweb, são afetadas por serem mais sensíveis à atividade econômica, que segue desaquecida pelos juros altos.

Além da decisão dos juros, os resultados das empresas também são relevantes e podem refletir nos papéis em agosto. “Os resultados podem continuar pressionados devido aos juros, mas o mercado parece estar um pouco mais otimista”, avalia Pedro Serra, chefe de pesquisa de ações da Ativa Investimentos. Porém, de um modo geral, a Selic ainda deve ser um fator de pressão nos resultados do segundo trimestre, prejudicando seus lucros. Outro fator que deve ser considerado é a pressão que vem da inadimplência. Empresas do setor de varejo, por exemplo, e os bancos, ainda sentirão esse impacto. Apesar desse fator, a expectativa para a bolsa é de otimismo, principalmente devido à questão dos juros. No entanto, os resultados das empresas podem não ser o grande impulsionador dessa alta.

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