Por Karla Spotorno
São Paulo, 21/11/2023 - Uma nova onda de alta das ações brasileiras depende menos dos efeitos da queda da taxa básica de juros, a Selic, e mais da convicção dos investidores - profissionais e pessoa física - sobre o momento de voltar para a Bolsa. Para o sócio e gestor da Ártica Asset Management, Ivan Barboza, os preços das ações em Bolsa dependem de "quando o mercado vai se convencer" sobre a melhora consistente da economia brasileira.
"Se agora todo mundo disser que está convicto que a economia está melhorando e dá para voltar a investir [em ações], a Bolsa vai subir agora", afirmou Barboza, entrevistado do programa
Cabeça de Gestor dessa quinzena.
Barboza acredita que algum fluxo para renda variável com os cortes da taxa básica de juros que estão por vir nos próximos meses. A expectativa é que, no segundo semestre do ano que vem, já esteja mais claro para a maioria das pessoas o cenário para os investimentos. "Tem muito investidor institucional com a cabeça de que, enquanto a taxa básica trouxer alguma rentabilidade real, não vale a pena tomar risco. Esse perfil de investidor está fora de Bolsa porque entende que não precisa tomar risco para ganhar o retorno que busca. É difícil prever quando ele vai mudar de ideia", disse.
O gestor da Ártica - uma asset com quatro anos, R$ 220 milhões sob gestão e um portfólio de, em média, dez ações - pontua que está otimista. Ele acredita que "o pior ficou para trás" e que, olhando de três a cinco anos à frente, a perspectiva é de valorização.
As maiores posições na carteira do fundo são em Porto (antiga Porto Seguro) e Marcopolo. Entre as ações ligadas ao ciclo doméstico, o fundo investe em Eztec e Multilaser. "Apesar de ser um fundo concentrado, a volatilidade é mais baixa do que o Ibovespa. Isso porque privilegiamos empresas, negócios mais estáveis", disse Barboza, que criou a gestora em 2019 a partir do clube de investimentos, fundado em 2013.
A entrevista completa do programa
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Contato: karla.spotorno@estadao.com
