Como surgiu a ideia de investir em Marcopolo?

A Marcopolo é uma das líderes globais no setor de carrocerias de ônibus. Tem 12 unidades fabris em 8 países, e atende cerca de metade do mercado interno brasileiro. Entre 1998 e 2013 a empresa multiplicou por 80 o investimento de seus acionistas. Já entre 2014 e 2021, a Marcopolo retornou apenas 0,7x desse capital. Será que a empresa poderia ter uma nova época de glória? Além de ser líder em volume de vendas, a Marcopolo também é capaz de vender seus ônibus por um preço 10-20% maior do que os concorrentes. Após conversas com pessoas do setor, reparamos que a percepção geral é de que a qualidade dos ônibus da Marcopolo é realmente superior e com maior durabilidade. A partir de 2015 a demanda por novas carrocerias de ônibus no país caiu abruptamente. Grande parte dessa queda se deu por conta das vendas acima do patamar sustentável, estimuladas por crédito subsidiado para a compra de ônibus (FINAME). Em 2015, a oferta de linhas de FINAME para compra de ônibus foi reduzida de R$20 bi para R$ 6,5 bi. Consequentemente, o volume de compras de novos ônibus caiu e se mantém assim até hoje. Esse período de vendas baixas levou ao envelhecimento da frota de ônibus. O problema que isso causa é que, após certa idade, a manutenção de um ônibus em bom estado passa a ser mais cara do que a compra de um novo ônibus financiado. Atualmente a frota está mais velha do que esteve nos últimos 25 anos. Assim, logo deveria haver uma pressão para comprar novos ônibus e renová-la. O cenário que enxergávamos era de que o envelhecimento da frota, em algum momento, forçaria a retomada da demanda por novos ônibus para um patamar que mantivesse a idade média da frota em linha com seu histórico (cerca de 11 anos). O volume de vendas que estimamos manter esse equilíbrio fica ao redor de 21 mil novos ônibus por ano. A POMO4 chegou a atingir o patamar de preço de R$ 5,00 antes de março de 2020. Com as restrições de circulação devido ao covid-19, o fluxo de passageiros de ônibus diminuiu brutalmente e a demanda por novos ônibus caiu. Em adição, a pandemia causou problemas de fornecimento de peças necessárias para a produção de novos ônibus, o que também afetou os resultados da Marcopolo. Nesse contexto, a ação caiu quase 50% desde sua máxima e agora (set/22) está próxima aos R$ 2,60. Apesar dos problemas causados pela pandemia, a demanda de ônibus já mostrou sinais de melhora substancial. As fábricas hoje estão mais limitadas pelo fornecimento de peças do que pela demanda, mas a cadeia de suprimentos está se normalizando. É questão de tempo para que deixe de ser um gargalo para as vendas. Acreditamos que a Marcopolo se manterá na liderança do setor de fabricação de carroceria de ônibus. A empresa está bem-posicionada para colher os frutos de uma retomada de mercado e o potencial de retorno neste cenário é bastante relevante.
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